quarta-feira, 31 de março de 2010

MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS ORIGINÁRIOS DE PLANTAS

Os medicamentos estão listados por ordem alfabética, sem considerar a família a que pertencem:

Abrotanum
Aconitum napellus
Actea racemosa ou Cimicifuga racemosa
Aesculus hippocastanum
Aethusa cynapium
Agnus castus
Allium cepa
Allium sativum
Aloe socotrina
Ambra grisea
Ambrosia artemisiae folia
Anacardium orientale
Angustura
Anhalonium lewinii
Apium graveolens
Aralia racemosa
Arnica montana
Arum triphyllum
Asafoetida
Asarum europaeum
Baptisia tinctoria
Belladona
Berberis vulgaris
Bryonia alba
Cactus grandiflorus
Caladium
Calendula officinalis
Camphora
Cannabis indica
Cannabis sativa
Capsicum annuum
Caulophyllum
Chamomilla
Chelidonium majus
China officinalis
Cicuta virosa
Cina marítima
Cinnamomum zeylanicum
Citrus limonum
Clematis erecta
Coca
Cocculus indicus
Coccus cacti
Coffea arabica
Colchicum autumnale
Colocynthis
Conium maculatum
Croccus sativus
Copaiva
Cyclamen europaeum
Digitalis purpurea
Dioscoria villosa
Drosera rotundifolia
Dulcamara
Echinácea angustifolia
Elaterium
Equisetum hyemale
Eupatorium perfoliatum
Euphorbium officinarum
Euphrasia officinalis
Gelsemium sempervirens
Guajacum officinale
Hamamelis virginica
Helleborus niger
Hura brasiliensis
Hydrastis canadensis
Hyosciamus niger
Hypericum perfloratum
Ignatia amara
Ipecacuanha
Iris versicolor
Jaborandi
Jacaranda caroba
Kalmia latifolia
Laurocerasus
Ledum palustre
Lilium tigrinum
Lobelia inflata
Lycopodium
Lycopus virginicus
Melitotus
Mentha piperita
Menianthes trifoliata
Mezereum
Millefolium
Nux moschata
Nux vomica
Oleander
Opium
Origanum majorana
Origanum vulgare
Pareira brava
Paris quadrifolia
Passiflora incarnata
Petroselium sativum
Phytolacca
Pimenta officinalis
Piper nigrum
Podophylum peltatum
Prunus spinosa
Pulsatilla nigricans
Ranunculus bulbosus
Rheum officinale
Rhodendron chrysantemum
Rhus toxicodendron
Rosmarinum officinalis
Rumex crispus
Ruta graveolens
Sabadilla
Sabina
Salvia officinalis
Sambucus nigra
Sanguinaria canadensis
Sarsaparilla officinalis
Scilla maritima
Senecio aureus
Senega
Spigelia anthelmia
Solidago virga aurea
Spongia tosta
Staphisagria
Sticta pulmonaria
Stramonium
Symphitum officinale
Tabacum
Taraxacum officinale
Teucrinum marum verum
Thuya occidentalis
Urtica urens
Valeriana officinalis
Veratrum album
Veratrum viride
Verbascum thapsus
Viburnum opulus
Viscum album
Zingiber officinalis

Referencia: Metzner Barbara Suzanne, Sintomas Característicos da Matéria Médica Homeopática, Editora Organon, 2006, SP.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Entrevista com Titieva Natalia Mihailovna

Leia a entrevista com a médica cardiologista e presidente da Associação Homeopática Russa Titieva Natalia Mihailovna:
http://www.organon2001.gr/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=296&Itemid=566

quarta-feira, 24 de março de 2010

THUYA OCCIDENTALIS

TUIA
A Tuia é uma das árvores ornamentais dos jardins. Tem o nome de árvore da vida em referência à Bíblia.Os gregos queimavam a resina da Tuia nos templos.Os índios da América utilizavam-na para fabricar totens e canoas, uma vez que sua madeira é impermeável. É utilizada após as vacinas para prevenir as complicações dessas.
À noite, depois de cada vacinação, dê ao seu filho (ou tome) uma dose de Thuya occidentalis 30CH.

SYMPHYTUM OFFICINALE

Consolda ou Confrei
A Consolda é uma planta que era antigamente utilizada para acelerar a consolidação dos ossos, daí seu nome que deriva do latim consolido.
  • Symphytum Officinale facilita o reparo dos ossos e acalma as dores das fraturas.Constitui também um precioso auxilio em casos de traumatismos do globo ocular.

sexta-feira, 19 de março de 2010

FILME - CRIAÇÃO


O livro "A Origem das Espécies", lançado em 1859 por Charles Darwin, foi sucesso imediato de vendas e um marco divisor na história da humanidade. Na época, a obra de Darwin foi acusada de "matar" Deus ao provar que o homem é fruto de uma evolução natural, e não de Adão, como prega a Bíblia. Durante boa parte de sua vida, o cientista seguiu os preceitos cristãos e quando morreu, em 1882, foi enterrado em uma cerimônia religiosa. É sobre essa dualidade: ciência versus religião, que fala o longa "Criação", que estreia hoje.
PUBLICIDADE
O Darwin que se vê na tela é bem diferente do velhinho de longas barbas que ilustra os livros de história. Aqui, ele está em seu melhor momento, após retornar da expedição ao redor do mundo a bordo do navio H.M.S Beagle. Em sua casa de campo, a Down House, no interior da Inglaterra, faz diversos experimentos com pombos na tentativa de provar sua tese sobre a evolução, ao mesmo tempo em que cria seus dez filhos.
Se antes ele era muito religioso e frequentava missas, suas convicções vão, aos poucos, diminuindo conforme avança nas descobertas. A perda completa da fé acontece quando sua filha Anne Darwin morre, com apenas 10 anos. A menina era uma das preferidas de Charles por, logo cedo, mostrar interesse em ciência.
Além disso, pressionado pelo biólogo Thomas Huxley e o botânico Joseph Hooke, Darwin entra em conflito com sua mulher e prima, Emma Darwin (Jennifer Connelly), que ainda é extremamente religiosa.
O personagem descobre que modificações genéticas acontecem mais rápido quando são feitas entre parentes próximos. A consequência é que os descendentes poderão ter a saúde mais frágil. Ao saber disso, ele passa a acreditar que sua filha tenha herdado uma estranha doença sua, por ter se casado com uma prima. Apesar de não ficar claro do que a menina morre, tudo indica que ela tenha pegado uma pneumonia. Na história, o cientista sofria com alucinações e via a todo momento sua filha morta, como se fosse um espírito a lhe rondar.
Dirigido por Jon Amiel, o filme é baseado no livro "Annie's Box", do ambientalista Randal Keynes, tataraneto de Darwin. Na obra, o autor conta a relação do cientista com sua filha e como, após a morte dela, Charles criou coragem para desafiar a igreja e publicar "A Origem das Espécies". No longa, Darwin é interpretado pelo inglês Paul Bettany, o mesmo que fez Silas, o albino, em "O Código da Vinci" (2006). Já o papel de sua filha é feito pela estreante Martha West.
 As informações são do Jornal da Tarde.



CANTHARIS

A cantárida ou mosca-de-milão, é célebre na história criminal e literária por ter sido utilizada pelo Marquês de Sade para atrair as donzelas para alcançar seus objetivos.Por causa dela, êle foi aprisionado por cinco anos na torre de Vincennes.Isso porque na antiguidade, era atribuido ao remédio obtido a partir da trituração do corpo do inseto, poderes diuréticos e afrodisíacos.
Na homeopatia o medicamento Cantharis Vesicatória, diluído e dinamizado pelos métodos homeopáticos é indicado para inflamações das mucosas, em particular as genitourinárias (cistites) Este medicamento também é útil para queimaduras e para inflamações cutâneas que aparecem sob a forma de grandes vesículas e de "bolhas",quer seja por causa alérgica ou doença infecciosa.

Medicamento Homeopático Imunomodulador Canova

Saiba sôbre o imunomodulador Canova acessando o linck:
http://www.canovadobrasil.com.br/pt/imunomodulador-canova

PORTAL ECOMEDICINA

quarta-feira, 17 de março de 2010

A HOMEOPATIA: FANTASIA OU CIÊNCIA?


A homeopatia: fantasia ou ciência?

Josep Garriga
A cebola (Allium cepa) é um dos ingredientes básicos para um bom refogado. Mas também pode curar um resfriado comum. A tinta da sépia (Sepia officinalis) é imprescindível para fazer um delicioso arroz negro, mas também é recomendada para transtornos hormonais, da menopausa e menstruação. O enxofre (sulphur) não serve só para matar os fungos das videiras, mas também para curar doenças da pele. E por aí vai. Nada menos que três mil substâncias de origem vegetal, animal e mineral são utilizadas pela homeopatia para curar patologias, sejam elas leves, graves ou crônicas.
Mas há cientistas e médicos para os quais a homeopatia  como terapia ou terapêutica natural  parece uma farsa. O Parlamento britânico, por exemplo, determinou em fevereiro que seu único efeito curativo era como placebo. Mas, fora isso, ninguém demonstrou como essas bolinhas açucaradas interagem no organismo e chegam a influenciar o curso de uma doença. Se é que influenciam ou interagem, porque a homeopatia desperta paixões e fobias, e suscita opiniões extremas. Ou é defendida radicalmente (no Reino Unido e na França ela faz parte do sistema de saúde pública) ou é caluniada. Não há meio termo. No máximo, pode-se encontrar algum médico que seja cético de forma não usual.
A medicina homeopática se baseia no princípio da semelhança, ou seja, uma mesma substância responsável por determinados sintomas também pode aliviá-los ou neutralizá-los, sempre e quando for administrada de forma correta (o semelhante cura o semelhante). Por exemplo, a cebola provoca lágrimas e irritação na garganta, mas abrevia um resfriado comum. A cafeína produz insônia ou taquicardias, mas também pode induzir a um ritmo cardíaco normal. Esta reação acontece porque a substância está presente nos medicamentos em doses infinitesimais, que são obtidas mediante processos de potencialização ou dinamização (várias sacudidas da diluição). Mas a origem da polêmica sobre a sua eficácia está no fato de a diluição ser tão pronunciada que às vezes não resta uma só molécula do princípio ativo original. Por esse motivo, Joan Ramon Laporte, chefe do serviço de farmacologia do hospital de Vall d'Hebron de Barcelona, refere-se aos medicamentos homeopáticos como "a medicina da água". Para começar, eles não contêm nada porque a concentração do suposto princípio ativo é infinitesimal. E quando dividimos alguma coisa por infinito, o resultado é nada. Não há um princípio ativo que desencadeie uma resposta fisiológica no organismo que melhore seu estado de saúde, conclui.
Entretanto, Luc Montagnier, que ganhou o prêmio Nobel de Medicina em 1998 por ter descoberto o vírus da imunodeficiência humana (HIV), não compartilha dessa opinião: Observou-se que certas diluições em água nas quais não resta nenhuma matéria ainda assim registram vibrações. Esta diluição pode reconstruir a informação genética da matéria. É uma informação instrutiva da qual a homeopatia não pode esquecer, embora muitos críticos digam que não há nada. Mas há alguma coisa. Nós demonstramos a água tem estruturas que são induzidas por vibrações eletromagnéticas.
Por causa dessa descoberta, os médicos homeopatas sustentam que a reação que acontece no organismo não é química, como acontece com os medicamentos alopáticos, mas sim de caráter físico, mas continuam sem esclarecer como ela atua. Os estudos científicos que foram apresentados e que demonstram que a homeopatia tem um efeito superior ao do placebo evidenciam que é isso que acontece, que nosso organismo reage ao medicamento. Nós demonstramos que o princípio da semelhança existe e funciona, rebate Assumpta Mestre, que dirige a seção de homeopatia do Colégio de Médicos da Catalunha.
Mas Montagnier acrescenta: Física ou química? É mais complicado. Mas é verdade que é possível explicar o efeito dos medicamentos depois da diluição pelo fato de que a estrutura da água pode continuar representando a molécula. A água pode conservar a forma e a informação do princípio ativo da molécula?. Essa teoria explicaria a influência dessa substância primitiva sobre o organismo, ainda que não reste nenhuma só molécula da original.
Os mecanismos de ação dos medicamentos homeopáticos são muito variáveis. O que conhecemos sobre a atuação da aspirina é muito diferente do que sabíamos há 30 anos. O importante é que a substância cure, como ela consegue isso é secundário, acrescenta Antonio Marqués, também médico homeopata com consultório nas Ilhas Canárias. Por outro lado, Joan Ramon Laporte, responde: Encontrar uma pegada no local de um crime pode dar informações sobre o tipo de sapato ou o peso do indivíduo, mas não prova quem foi o assassino. Na homeopatia, acontece o mesmo: uma pessoa pode se curar por uma simples probabilidade estatística, mas isso não demonstra que tenha sido graças ao que tomou.
Na Espanha, calcula-se que três mil clínicos gerais, 2 mil pediatras e 4.600 médicos de outras especialidades prescrevam medicamentos homeopáticos. Há 20 anos que me dedico à homeopatia. Sou formada em medicina e não paro de ampliar meus conhecimentos nesta área. Você acha que se não houvessem provas e evidências de sua eficácia eu teria passado duas décadas exercendo-a? Pelo amor de Deus, eu sou médica, e não uma bruxa com minhas bolinhas, defende-se Maite Bravo, que dirige o mestrado em homeopatia na Universidade de Barcelona, um programa de dois anos que começou em 1995 e exige 320 horas de aula e 140 de prática. Só podem se matricular médicos, veterinários ou estudantes do último ano de medicina. Neste ano também começou o mestrado na Universidade de Sevilha, com 500 horas-aula.
Tanta formação para uma terapia que é vilipendiada por alguns? Sim, as pessoas que criticam a homeopatia o fazem por puro desconhecimento. Nós trabalhamos com três mil medicamentos, dos quais usamos 250 a 300 com mais frequência, porque cada indivíduo requer um tratamento personalizado. Se não, não funciona, acrescenta Bravo.
Um homeopata dedica a seus pacientes uma média de 60 minutos por consulta porque seu objetivo é encontrar a origem real da doença e muitas vezes ela não é de caráter físico, mas sim psicológico, de sua força vital. Uma doença não é um fato isolado, é preciso conhecer muito bem o doente, explica Bravo, que reconhece que os médicos tradicionais também curariam mais seus doentes nos ambulatórios se dessem a eles 30 minutos de atenção, em vez dos 5 ou 10 minutos habituais.
A Sociedade Catalã de Medicina Familiar e Comunitária elaborou um documento no qual recomenda o tratamento homeopático para 30 patologias diferentes. Por exemplo, síndromes gripais, infecções das vias respiratórias, fibromialgia, fatiga crônica, otite, asma, depressão ou insônia. O documento garante, inclusive, que no caso de infecções por HIV a homeopatia produz um aumento dos CD4 e dos linfócitos T. A orientação assegura que esses medicamentos têm poucos efeitos colaterais, mas adverte que só podem ser prescritos por pessoas graduadas em medicina e formadas em homeopatia.
Trata-se apenas de uma recomendação, uma vez que a Espanha não tem uma norma sobre o exercício da homeopatia, ao contrário do que acontece na França, Alemanha e Reino Unido, onde a homeopatia faz parte da saúde pública e existem hospitais especializados. Na Espanha, a homeopatia só é reconhecida como prática médica. Primeiro foi o Congresso dos Deputados, em setembro, que a aprovou por unanimidade. Três meses depois, a Organização Médica Colegial (OMC) tomou a mesma decisão. A homeopatia exige um diagnóstico prévio, uma indicação terapêutica e precisa ser realizada por pessoal especializado em centros de saúde devidamente autorizados , aponta Cosme Naveda, coordenador da área de terapias médicas não convencionais da OMC. Naveda se define como um cético: eu não me dedico a isto, faço visitas num ambulatório, mas na medicina é possível causar danos ao paciente por ação ou omissão. Na homeopatia, com certeza não é por ação, porque não há efeitos colaterais, mas se não for feito um diagnóstico claro, pode-se ignorar um problema e postergar seu tratamento.
A Catalunha foi a única comunidade que se atreveu a regular o exercício das terapias naturais, incluindo a homeopatia, mas o Tribunal Superior de Justiça derrubou o decreto em junho de 2007 por invasão de competências do governo central. A Academia Médico-Homeopática de Barcelona recorreu da norma porque ela permitia que qualquer pessoa, sem ser médico, exercesse a especialidade, uma vez demonstrada sua formação. Na sentença, os juízes escreveram: não falta motivo aos recorrentes quando afirmam que o decreto equivale a autorizar que pessoas não formadas em Medicina possam receitar medicamentos homeopáticos antes de diagnosticar as doenças.
Josep Davins, subdiretor de Recursos Sanitários da Catalunha, explica que os médicos entenderam mal a normativa, porque não se pretendia regular a prática médica, mas sim a não-médica, e combater o exercício da profissão por pessoas não habilitadas. Queríamos proporcionar segurança aos cidadãos.
Em abril de 2008, o ministério da Saúde constituiu uma comissão com as comunidades autônomas para tentar legislar sobre o exercício das terapias naturais de forma harmônica. Mas as práticas são tão heterogêneas (homeopatia, acupuntura, osteopatia, plantas medicinais, etc.) que por enquanto a comissão só compilou a legislação europeia sobre o assunto. Na França e na Alemanha, a homeopatia está reservada exclusivamente aos médicos, e no Reino Unido há quatro hospitais homeopáticos na rede pública (Londres, Bristol, Liverpool e Glasgow). Entretanto, em fevereiro, uma comissão do Parlamento britânico pediu que o governo retirasse os 4,5 milhões de euros que esta medicina alternativa custa ao serviço nacional de saúde, por considerar que a homeopatia carece de consistência médica. Mas o governo trabalhista britânico negou-se a isso. Aqui, na Espanha, se você entrasse num hospital e pedisse um tratamento homeopático, receberia alta em dois minutos, queixa-se Bravo. Quantos anos a humanidade viveu sem saber por que as maçãs caíam até que Newton o explicasse? É o mesmo caso, acrescenta Assumpta Mestre.
Mas, convincente ou não, a homeopatia conta cada dia com maior número de adeptos, não só entre os pacientes, mas também entre os médicos. O número de pediatras que optam por esses tratamentos disparou nos últimos anos, sobretudo por conta da segurança dos medicamentos e da facilidade em administrá-los. E sim, tratam-se de medicamentos, e não de balinhas, segundo todas as normas europeias e a Agência Espanhola de Medicamentos. Como tal, são vendidos em farmácias. Efetivamente, estamos falando de medicamentos com eficácia demonstrada por meio de estudos científicos e testes, da mesma forma que acontece com os medicamentos convencionais, os alopáticos, comentam representantes da Agência Espanhola do Medicamento. Se não, não estariam no mercado.

Tradução: Eloise De Vylder



quinta-feira, 11 de março de 2010

MANUAL MERCK SAÚDE PARA A FAMÍLIA


O Manual Merck de Informação Médica - Saúde Para a Família foi publicado para satisfazer a demanda crescente do público leigo por informações médicas sofisticadas e altamente detalhadas. Este livro baseia-se quase que inteiramente no texto do Manual Merck de Diagnóstico e Terapia, comumente denominado Manual Merck.
Publicado pela primeira vez em 1899, o Manual Merck é a primeira obra de medicina geral que vem sendo editada continuamente em língua inglesa. É também amplamente utilizada no mundo. Abrange praticamente todas as doenças que afetam os seres humanos, tanto em especialidades – incluindo a pediatria, a ginecologia e obstetrícia, a psiquiatria, a oftalmologia, a otorrinolaringologia, a dermatologia e a odontologia – quanto em situações especiais como as queimaduras, os distúrbios pelo calor, as reações e lesões causadas pela radiação e as lesões esportivas.

http://www.msd-brazil.com/msdbrazil/patients/manual_Merck/sumario.html

terça-feira, 9 de março de 2010

CETICISMO PARA INGLÊS VER

O Dr. Carlos Alberto Fiorot, presidente da AMHB define o Ceticismo, movimento filosófico surgido na Grécia helenística e fala da distância existente entre este e a Ciência.
http://amhb.org.br/media/gazetinha/Gazetinha%2035_mar_2010.pdf

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dengue - repelente caseiro para mosquitos

DENGUE I:  FAÇA O REPELENTE DOS PESCADORES EM CASA:
Ingredientes:
- 1/2 litro de álcool;
- 1 pacote de cravo da Índia (10 Gr);
- 1 vidro de óleo de corporal(100ml);

Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias agitando, cedo e de tarde; depois coloque o óleo corporal (pode ser de nenê, amêndoas, camomila, erva-doce, aloe vera)...
Passe só uma gota no braço e pernas e o mosquito foge do cômodo. O cravo espanta formigas da cozinha e dos eletrônicos, espanta as pulgas dos animais.
O repelente evita que o mosquito sugue o sangue, assim, ele não consegue maturar os ovos e atrapalha a postura, vai diminuindo a proliferação.
Ioshiko Nobukuni - sobrevivente da dengue hemorrágica

Algumas reflexões sobre Carbo vegetabilis : dois casos

Algumas reflexões sobre  Carbo vegetabilis : dois casos
por Deborah Collins

Sra. M.  de 37 anos, veio para uma consulta por problemas digestivos. Queixava-se de distensão na barriga, intestino cheio de "vento".
"Parece que estou grávida, minha barriga está tão inchada. É muito pior com gorduras ou qualquer coisa pesada, então não posso comer bolos, e muito menos frituras, dá uma sensação de pressão. "Tive enxaqueca desde a puberdade, mas  têm mais a ver com a minha digestão do que com os meus períodos menstruais. As dores de cabeça situam-se na minha têmpora direita e olho direito, e minha cabeça fica muito fria nessa época. Meu pescoço e ombros são rígidos, tensos. Durante as dores de cabeça eu estou com frio , pior do que o habitual. Nem mesmo um cobertor elétrico pode me esquentar. Em geral, eu sou friorenta, com as mãos e os pés de congelados e eu estou muito pior no clima frio úmido. Apesar do frio  eu  preciso de ar fresco, caso contrário, eu me sinto sufocada. No carro, eu sempre tenho o ventilador ligado e em casa, eu tenho as janelas abertas "
"Eu estou sempre cansada e constantemente deprimida. Eu não sei por que estou sempre tão descontente, tenho uma vida boa e uma boa família. Seis anos atrás, mudei de casa e não consigo me ajustar. Eu continuo à procura da casa em que eu possa me sentir feliz, em algum lugar alegre e acolhedor. Eu sou muito sensível para a atmosfera, sinto coisas que outras pessoas não  sentem, como fantasmas, e eu respondo a elas. Eu gostaria de estar com muitas pessoas em um ambiente amigável, ajudando as pessoas, mas eu sou tão tímida e insegura de mim mesma. Eu sempre me pergunto "Estou fazendo certo?" Eu tenho medo de começar tudo errado. "
No passado, tomou Cálcio Muriaticum e Grafites com pouco resultado. Este parece ser um caso clássico Carbo vegetablis, com queixas digestivas pior pela gordura, a frieza, a fome de ar, e o cansaço. Ela respondeu muito bem a doses repetidas ao longo dos próximos meses.
"Minha dor de cabeça está totalmente acabada e minha cabeça está muito mais clara do que antes. . Meu estômago melhorou completamente.
"Estou mais aquecida, também. As minhas mãos e os pés não são tão frios. A nuvem negra de depressão foi levantada,  Estou de certa forma mais contente  de estar onde estou e estou indo para a comunidade fazer amigos. Eu sinto que eu pertenço. "

Sra. E. 35 anos, veio por problemas digestivos, ela tinha sido diagnosticada de Cólon espástico. Lycopodium foi um pouco útil, mas ela ainda sofria de indigestão, especialmente por alimentos gordurosos e de dores de cabeça e letargia.
"Tudo parece tão pesado e estagnado, ainda mais em torno de minha menstruação, meu útero é tão pesado, uma sensação prolapso. Quando criança, eu tinha muitas dores de barriga , e quando minha menstruação veio, foi pior. Esses dias, eu fico cansada e irritada durante a menstruação "
"Não posso comer alimentos gordurosos demais ou comida picante, fico inchada, prisão de ventre, e perco meu apetite. É como se meu estômago simplesmente parasse de funcionar. Tudo passa tão lentamente, a minha digestão, a minha circulação, a minha concentração. Eu estou sempre frio, mesmo em clima quente. Eu uso meias na cama, mesmo no verão, e  muita roupa quando os outros estão vestindo saias e vestidos de verão, mas não posso suportar ambientes fechados."
"Quando criança, eu era tímida, insegura e tinha medo de um monte de coisas. Eu tinha medo dos incêndios, de afogamento e de areia movediça. Eu tinha pesadelos de ser perseguida e sentia fantasmas na sala, o que me deixava completamente em pânico. Eu não tive muito contato com minha mãe. Eu queria ser acariciada e cuidada mas ela não era  de fazer isso. Na minha adolescência, eu procurei o conforto, a simpatia que eu não recebia em casa em outro lugar e meus pais me consideravam difícil. . Eu dependo muito do meu marido e ele precisa para me ajudar em tudo  Quando estou me sentindo indisposta, todos os velhos medos vêm de novo e eu sinto coisas que outros não sentem. Sou sensível à atmosfera e eu só quero ficar em casa, onde é seguro e acolhedor. "
Este caso se parece com uma combinação de Sépia (queixas menstruais, prolapso, gordura agrava) e Cálcio Carbonicum (medos, calafrios, cansaço, prisão de ventre), mas o remédio mais específico é vegetablis Carbo.  Pouco a pouco, com doses repetidas de vegetabilis Carbo, sua eficiência melhorou como o fez o seu humor. Os problemas digestivos cessaram e seus períodos menstruais não eram mais um momento de cansaço e frustração.
"O que é ainda melhor para mim e para meu marido, é que eu não me sinto tão pesada e deprimida. Sinto-me mais independente, menos ansiosa e carente"

Os remédios Carbono pertencem à segunda linha da tabela periódica, onde  ainda se está lidando com as questões da infância; atingir uma sensação de segurança em seu próprio corpo. Em ambos os casos, as mulheres ainda se sentiam criança em certos aspectos, com seus medos, suas inseguranças, e sua dependência de uma figura mais forte. Elas sentiram que sua mãe não lhes havia dado o cuidado que desejavam.  É como se elas não estivessem totalmente encarnadas e, portanto, muito mais em contato com o mundo invisível dos fantasmas do que com o mundo visível à sua volta. Carbo Vegetabilis  pode ajudar algumas pessoas que vêm para a terra dos vivos, aquecendo-os e tornando-as menos suscetíveis às influências invisíveis.
Palavras-chave: queixas do estômago,  insegurança, medo de fantasmas.
Remédio: Carbo Vegetabilis
                                 TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS

quarta-feira, 3 de março de 2010

Entrevista Fictícia com o Dr. Mure, o divulgador da Homeopatia no Brasil - Paulo Rosenbaum


Dia da Homeopatia


No dia 21 de novembro, comemora-se o dia da Homeopatia, uma data que propicia um momento
de reflexão sobre a terapêutica criada por Samuel Hahnemann e introduzida no Brasil pelo médico Benoit Jules Mure. Numa fictícia entrevista como Dr. Mure, o Dr. Paulo Rosenbaum levanta algumas questões que, do seu ponto de vista, são importantes para o atual momento da Homeopatia.

Mais um dia da homeopatia no Brasil e não é difícil reconhecer a desmotivação generalizada. Mas haverá alguma explicação razoável para ela?
O médico Benoit Jules Mure tinha muitas preocupações em mente. A ampliação do horizonte de atuação da
medicina era uma delas. Um projeto generoso e compatível com os desejos da sociedade que pedia, e continua pedindo, compartilhamento, diálogo, ética e solidariedade, seja lá qual for a medicina utilizada. Para discutir este e outros temas conseguimos conversar com o Dr. Mure em Lyon, França:

Dr. Mure, Neste dia que comemoramos a introdução da homeopatiano Brasil, há o que celebrar?
O Sr.Sempre defendeu que a homeopatia desempenhasse um papel social bem mais amplo. Que pretensão era essa? Qual sociólogo ou filósofo concedeu esta liberdade para a medicina?

BM – Não estamos pedindo lugar junto às sociedades alopáticas e levantamos sem temor bandeira após bandeira, escola após escola. Os homens religiosos tomam o partido da medicina do sacrifício e espiritualismo, contra a da matéria e do egoísmo. Nossas preces nos sustentam os sonhos, nossos TDeum, nossos triunfos (Carta de Mure: Bulletin de la Societé Hahnemanienne de Paris, 1847, t. 2, 310)

Por favor, sabemos que faz tempo, mas poderia fazer um rápido balanço da época de sua passagem pelo
Brasil?

BM – Nós contávamos com um processo de conversão em massa. Apenas um décimo da população ainda se atinha aos sistemas antigos, enquanto todo o restante adotava com convicção a reforma médica. Os bancos da Faculdade estavam praticamente desertos e, dos doutores que produzia, a metade abraçava a Homeopatia... Tínhamos um segundo ministério abalado e modificado por conta da questão médica que varria o Brasil inteiro, desde os inspetores de polícia até o Conselho de Estado e as Câmaras. A luta era
aberta, ardente, declarada... Mas como você sabe deixei o Brasil em 1848, nãosei bem como a coisa andou nestes últimos 159 anos.

Sei que o Sr. tem saudades do Brasil, se voltasse, o que faria hoje? (Mure olha em volta, tira os óculos, e nostálgico deixa sua voz combativa de lado, meio inconformado):

BM- Mas, justo agora... agora que chegamos tão perto, onde é que foram parar todos?

Neste momento, mostro a ele a portaria 971 que deveria regulamentar a prática de medicinas integrativas. E
explico ao Dr. Mure – alguém tinha que o fazer – que em nossos dias a homeopatia, assim como toda a medicina, deixou de ser uma causa com corte ideológico, que ela hoje em dia se encaixa apenas como mais uma técnica dentre outras. Mure fica em silêncio, pensativo, olhando o pedaço de papel.
O que você me diz disso, Dr. Benoit?

BM – Fizemos nossa parte na divulgação da Homeopatia, tanto na Europa como na América, podemos reivindicar a fundação de três institutos e de cinqüenta dispensários... a conversão de cem médicos, a instrução de quinhentos alunos, a redução da mortalidade em nações inteiras, numerosas obras escritas em italiano, português, francês e árabe, dois mil artigos em jornais, viagens por todas as latitudes, o desmonte
de epidemias e contágios, o desencadear de paixões odiosas, a indiferença, perseguições, inveja, calúnias, derrotas ou empates, o tempo, o trabalho e o dinheiro perdidos para sempre.

Dizem por ai que a homeopatia como conhecemos pelo menos está desaparecendo. Qual mensagem
deixaria aos médicos homeopatas de hoje que estão um tanto atônitos pelo mundo?

BM – Se a Providência evidentemente nos sustentou durante uma prova superior às nossas forças, fomos merecedores desse favor praticando, antes de tudo, a máxima salutar: “Ajuda-te que o céu te ajudará” (Cf Mure, B. Patogenesia Brasileira, Ed. Roca, São Paulo, 1999 e Benoît Mure”, Ch. Janot – Homeopathie
Moderne, 15 de fevereiro de 1933). ■

Dr. Paulo Rosenbaum, médico e escritor.
http://aph.org.br/images/stories/informativo/aph_101nov-09.pdf

O VITALISMO NA ATUALIDADE

O VITALISMO NA ATUALIDADE.

Seguindo as pegadas da Homeopatia, o Vitalismo no final do século XIX acompanha as peripécias do médico austríaco, Constantin Hering. Por ser um brilhante aluno, foi encarregado por um de seus professores a defender uma tese contra a Homeopatia. No entanto, após estudá-la detidamente, deixa-se convencer pela sua veracidade e passa a defendê-la ardorosamente, tornando-se um homeopata. Era um missionário presbiteriano e por isso foi enviado em missão religiosa para as Guianas, trazendo consigo a Homeopatia para a América. Das Guianas mudou-se para os EUA e na Filadélfia criou a primeira escola americana de Homeopatia, no início do século, a Post-Graduate School of Homeopathy. Posteriormente transferiu-se para Chicago, onde fundou a Hahnemann Medical College and Hospital e depois a Hering Medical College. Aí se formou um dos mais eminentes e conhecidos homeopatas depois de Hahnemann: James Tyler Kent. Outro renomado homeopata que nos legou importantes obras, Henry Allen, formou-se também na escola médica de Hering, onde passou a lecionar. Kent criou a sua própria escola de Homeopatia em Nova York, deixando como seguidores nomes como Timoty Allen e Pablo Paschero, o famoso homeopata argentino.
Na América do Norte, até o início do século, as escolas homeopáticas e alopáticas conviviam de forma harmoniosa. A produção de medicamentos era artesanal e limitada. Foi quando o grande magnata americano, Rockefeller comprou 70% das patentes de remédios produzidos nos EUA e começou a produzi-los em larga escala, em forma industrializada. Aplicou na farmácia a produção em série de Henry Ford (o fordismo). O filho de Rockefeller continuou a idéia de seu pai e exerceu forte influência no governo americano, mostrando que as escolas médicas do país não seguiam uma padronização no uso de medicamentos e na formação dos médicos. Convencido da necessidade de se organizar e padronizar o ensino da medicina no país, o governo encomendou então a Abraham Flexner um estudo pormenorizado do perfil das escolas médicas e do exercício da profissão em toda a nação americana. Apesar de sustentar-se na idéia da necessidade de padronização do ensino e da prática médica, contam os bastidores da história que o lobby exercido pela indústria farmacêutica foi preponderante nesta empreitada, pois se necessitava de dar uma vazão, em grande escala de sua profícua linha de produção.
Abraham Flexner empreende em 1910 um amplo estudo sobre as escolas médicas americanas, demonstrando que, das 155 escolas existentes na época, somente uma delas, a Johns Hopkins School, de Baltimore, atendia as exigências levantadas pela indústria farmacêutica. Cria então um relatório, conhecido como Flexner Report (Relatório Flexner) que padronizou o ensino médico no EUA, segundo um modelo considerado científico. Conta-se que, sendo amigo íntimo de Rockefeller, quem detinha na época o poder econômico da indústria farmacêutica, convenceu-se das idéias do magnata que apregoava a necessidade de se produzir medicamentos confiáveis, através de uma linha de fabricação industrial, em detrimento da existente manipulação individual. Empregou seis milhões de dólares na instalação de seu programa de educação médica, mudando o panorama do ensino e da prática de saúde vigente. A Medicina, de uma formação geral, passou a empregar a especialização, a se basear no diagnóstico tecnológico e mecanicista e o tratamento passou a priorizar sobretudo a supressão da doença. A Medicina tornou-se um ato técnico e perdeu o contato com a alma humana, assumindo uma postura eminentemente galênica, em franco desacordo com os postulados vitalistas. A manipulação farmacêutica artesanal deixou de existir e passou a consumir-se em larga escala a produção industrial de medicamentos como pretendido inicialmente pelos seus magnatas.
O Relatório Flexner passou a ser padrão de ensino para as escolas médicas americanas e o governo cortou todos os subsídios das escolas que não obedeciam aos seus preceitos. Como a Medicina homeopática vitalista não se encaixava em seus postulados, foi assim varrida dos EUA e dos paises sob sua influência na América Latina, onde a Medicina flexneriana atua decisivamente até os nossos dias. A Homeopatia morria com a morte de Kent, em 1916, último dos grandes homeopatas americanos, aniquilada pelos novos padrões exigidos pela Medicina tecnológica nascente.
A nova Medicina devia utilizar medicamentos padronizados, produzidos em escala industrial e basear-se em avanços tecnológicos para curar. Estava sepultada a Medicina humanitária e intuitiva que priorizava a totalidade do doente, fixando-se o seu exercício, definitivamente, na tecnologia e no mecanicismo materialista. Com decisiva influência a mesma idéia foi implantada no Canadá e logo atravessava o Atlântico, agora em sentido contrário, devido ao seu grande sucesso econômico, rumo à velha Europa, onde enterrava definitivamente toda e qualquer concepção vitalista sobrevivente. Todo o mundo ocidental embalou-se nesta revolução médica que acompanhava a era industrial e tecnológica que se iniciava.
A Medicina flexneriana baseando-se no raciocínio mecanicista da doença, na especialização médica, no diagnostico técnico-laboratorial, na linguagem objetiva da anátomopatologia e nos medicamentos de produção industrial, pretensamente confiáveis, difundiu-se por todo o mundo ocidental, sob a influência do positivismo e do imperialismo monetário americano. Grandes grupos econômicos se consorciaram nos EUA para a produção dessa Medicina de vultosos rendimentos financeiros, formando os poderosos laboratórios que em curto tempo dominaram o cenário mundial de comercialização da saúde. A publicidade, a competitividade econômica e depois os grupos de seguros médicos tomaram, enfim, as rédeas de toda a prática médica. O médico passou a receitar medicamentos formulados industrialmente, segundo forte aparato propagandista e não simplesmente visando as reais necessidades do paciente. O exemplo máximo de que novos objetivos de interesse puramente econômicos passaram a conduzir a Medicina, encontra-se na história da vitamina B12, a cianocabalamina. Antes considerada uma substância de grande valor médico e indicação precisa, passou a comparecer largamente nos receituários médicos, aplicada em toda sorte de queixas e patologias, sem uma razão que justificasse tal abusivo uso. E se antes era utilizada em diminutas e eficazes doses da ordem de microgramas, suficientes para preencher toda a reserva hepática, considerada na ordem de 2000 a 5000 mcg, passou a ser prescrita em milhares de mcg diárias (15000 a 20000 mcg) muitíssimo acima de 1 mcg exigido diariamente pelo organismo. Um único e oculto objetivo movia tal pecado da prática médica: estimular o seu consumo para satisfazer a ganância de seus produtores, pois descobriu-se que tão preciosa substância era um subproduto da produção de antibióticos e se acumulava em milhares e inúteis tonéis em seus laboratórios, necessitando transformarem-se em cifrões para a alegria de poucos e pesar de muitos.
Uma Medicina pragmática, rápida, passou a ver o homem como máquina de produção que não pode parar a fim de não dar prejuízos. Casou-se com o tecnicismo e o capitalismo, moldando-se à era industrial, mas perdeu a alma do homem. Uma Medicina que emprega seu esforço sobretudo no ato supressivo da doença, em seu pretensioso ato curativo dos males humanos que, se são estancados momentaneamente, retornam depois agravados, avolumando sofrimentos e impondo ao doente sobrecargas financeiras e tóxicas de um quimismo artificial, muitas vezes nocivo à sua vida.
Sob a imposição do relatório Flexner e com o advento dos medicamentos de efetiva e imediata ação supressiva, como os antibióticos, os corticosteróides e outras potentes drogas, a Homeopatia entrou em decadência nos países ricos. Os grandes laboratórios passaram a dominar toda a prática médica, voltada para a produção de suas grandes fortunas, sem dúvida a indústria mais rendosa do mundo. O medicamento homeopático, desprovido de patentes e possuindo reduzido potencial de lucros, não se mostrou de forma alguma compatível com os interesses das grandes multinacionais produtoras de quimismos de moda. Cifras milionárias são consumidas na produção de medicamentos, que depois se tornam caríssimos para trazerem de volta seus altos gastos convertidos em lucros fabulosos. Servem por um tempo para logo depois se verem substituídos por outros ainda mais caros, mudando-se o panorama terapêutico como se muda a moda, sempre ávida de novidades e promessas miraculosas, que jamais se cumprem.
Com a revolução cubana em 1960 e a conferência de Punta Del Leste em 1961, os paises do Cone Sul adotam caminhos próprios para resolução de seus problemas de saúde, intentando desvencilharem-se parcialmente das escolas flexnerianas. Em obediência a estes novos e incipientes ideais, em 1968 algumas escolas brasileiras iniciaram a formação do médico generalista. A Santa Casa de São Paulo formou em 1969 a primeira turma destes profissionais mais voltados para as necessidades da população local, com vistas a um atendimento geral do paciente. Mas ainda não representava uma libertação da influência do tecnicismo e do poderio econômico das grandes indústrias farmacêuticas americanas. A Escola Paulista de Medicina, a Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro realizaram movimentos semelhantes, diante do impacto econômico que Medicina flexneriana exigia em seu exercício, totalmente dependente da importação de conhecimentos, de tecnologia e de medicamentos americanos, altamente dispendiosos para os países do terceiro mundo. Em Minas Gerais, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal adotou nesta mesma época um programa semelhante, implantado a partir dos anos 70 a formação de médicos generalistas, quando as grandes e tradicionais cadeiras médicas foram desfeitas e instituiu-se o Internato Rural, sob influência do pensamento socialista, remanescente nos meios acadêmicos.
Tais medidas, no entanto, não foram suficientes e nos dias atuais a moda na medicina segue, de forma preponderante, o especialismo norte-americano, com suas concepções e práticas puramente materialistas, voltadas essencialmente para o diagnóstico e a supressão de sintomas. Os avanços tecnológicos nos meios diagnósticos criam a necessidade de um número cada vez maior de especialistas, exigindo-se ainda o dispêndio de vultosas somas monetárias para o seu exercício. Chega-se ao ultra-molecular, às cadeias genéticas, onde a Medicina se curva como o último elo da doença do homem.
A influência da formação flexneriana nas escolas médicas de todo mundo ainda é muito grande. Os EUA passaram a ser um exportador de tecnologia médica, sem dúvida importante, mas que fez do médico um mero leitor de análises laboratoriais, esquecido que tem diante de si um doente, que está enfermo sobretudo da alma. Os novos profissionais formados nestes frios academicismos tecnológicos ressentem-se, contudo, de uma Medicina humanitária e Vitalista, que lhe facultem visões mais abrangentes do ser humano. Cansados de tecnicismos vazios, sentem-se necessitados de uma Medicina filosófica, que estude o esfacelado homem moderno como um todo unitário e indivisível. Que considere a doença de suas partes como um desequilíbrio desse todo. Uma Medicina não somente vitalista, mas também social e psicológica, enfim uma Medicina que saiba ver e tratar a alma humana e recupere a relação médico-paciente, satisfazendo sobretudo os anseios dos enfermos, perdidos em complexas e frias máquinas de diagnósticos.
A Medicina defensiva dos EUA passou a ser um imenso obstáculo ao livre exercício da abordagem médica homeopática. Aí o Vitalismo encontrou sérios obstáculos em uma prática médica constantemente ameaçada por processos caríssimos. Enquanto o médico em outras partes do mundo, ao entrar um paciente, se pergunta, o que curar nele, nos EUA, ele se pergunta, como se proteger do paciente que chega.
No Canadá a Homeopatia é tolerada como uma prática de Medicina popular, mas proscrita para uso médico. Como ela não é reconhecida, o médico está proibido de exercê-la. Ou ele é médico ou é homeopata, ambos não se pode ser.
Na França e na Alemanha exerce-se uma Homeopatia médica, com certa aceitação pela Medicina alopática, no entanto sem um reconhecimento oficial. Nestes países, entretanto, o serviço público reembolsa os gastos com a Medicina homeopática. Na França a Homeopatia é tolerada, porque o povo francês respeita as liberdades de escolha pessoal e a simpatia popular a sustenta. Oficialmente se proíbe, no entanto, a prescrição de medicamentos acima da 12a diluição, pois não se pode comprovar que contenham alguma coisa. Na Inglaterra existe o Hospital Real, que forma médicos homeopatas e atende a população com Homeopatia, mas não conta com o apoio das associações médicas oficiais e estagnou-se no “organicismo”.
Na Índia, a Homeopatia foi levada pela colonização britânica, iniciada em meados do século XVIII e encontrou um campo fértil para crescer no misticismo indiano. Aí se edita atualmente quase a totalidade dos livros de Homeopatia publicados em língua inglesa e a Homeopatia é exercida em profusa mistura com a fitoterapia védica secular. Cerca de metade dos médicos neste país são homeopatas e reconhecidos pelo governo, tratando-se da nação com maior número de homeopatas do mundo.
Nos paises comunistas e ex-comunistas, a Homeopatia não teve acesso, pois foi bloqueada pelas ideologias socialista, que não viam com bons olhos todo movimento individualista. Pelos mesmos motivos que a psicanálise também não encontrou meios de difusão nestes paises, por estimularem um desenvolvimento da personalidade e a libertação de suas amarras. Atualmente pode-se, no entanto, encontrar três clínicas de Homeopatia na Rússia. No Japão e na China não se têm notícias da Homeopatia, praticamente inexistente, embora o Vitalismo aí sobreviva apoiado pela Acupuntura e pela milenar medicina chinesa.
Apesar das dificuldades a Homeopatia vem crescendo na Europa. Na Itália, a escola de Florença assimilou o unicismo argentino. A Espanha também foi buscar na Argentina, nos anos 70 e 80, as fontes mais puras da Homeopatia. Na Grécia o “engenheiro” Vithoulkas desenvolve uma Homeopatia de alto nível. A oficialização só ocorreu no Brasil, mas na Europa os governos, de modo geral, respeitam a vontade do povo e por isso toleram a Homeopatia dentro da Medicina oficial.
A Argentina herdou o unicismo kentiano através de Paschero que teve a sua formação nos últimos anos de existência da escola de Homeopatia de James Tyler Kent, nos EUA. O unicismo vitalista da mais pura tradição hahnemanniana foi aí preservado através de médicos que a mantiveram em seus padrões originais. Nomes como Pablo Paschero, Eizayaga, Candegabe, Dentinis, Maria Bandoel e Afonso Masi Elizaldi se projetaram no cenário homeopático contemporâneo, exercendo forte influência na formação do médico homeopata atual, sobretudo em nosso país. No México, Ortega também segue com uma Homeopatia de forte influência kentiana, porém menos expressiva do que a Argentina.
Vale a pena ressaltar a importância do pensamento do professor Afonso Masi Elizaldi que, embora tenha associado a filosofia tomista aos postulados da Homeopatia e por isso sendo combatido nos meios homeopáticos, promoveu importante reforma no pensamento vitalista na atualidade, que merece ser conhecido e discutido pelo seu alto valor filosófico e excelente primor técnico para a prática do Unicismo homeopático.
No Brasil, em 1975 o homeopata e professor argentino Eizayaga organizou um curso de Homeopatia em São Paulo, na Associação Paulista de Homeopatia, renovando a Homeopatia brasileira, estagnada no organicismo francês do início do século, trazendo para nossa terra a escola kentiana-pascheriana de Homeopatia. Isso estimulou um grupo de estudantes, no final dos anos 70 e início dos anos 80 a buscarem na Argentina, a então fonte mais pura da Homeopatia do mundo, fortalecendo sobremaneira esta ciência em nosso meio. O que era até então uma prática essencialmente organicista, sob a influência do pensamento francês, passou a ser exercida com os critérios do Vitalismo unicista. Até que em 1981 o CFM reconheceu-a como especialidade médica. Somos o único país da América a tê-la em nossos cânones oficiais. Em 1984, o ministro da Previdência Social, Valdir Pires, um paciente curado pela Homeopatia, simpatizando-se com o movimento de renovação promovido por essa Medicina, abriu a participação dos médicos homeopatas no sistema de saúde pública do país, embora com muitas restrições, mas já representando um impulso importante para a difusão da Homeopatia em nosso meio. Até então ela era conservada como prática popular, levada de boca em boca, trazida pelos nossos avós, exercida em receituários de centros espíritas, ocultando-se em um misticismo não científico, mas que a preservou até os nossos dias. Desta data em diante, ela passou a ser respeitada nos meios médicos e acadêmicos de nosso país e começou a ser exercida por médicos recém-formados, tornando-se uma moda no início dos anos 80. Atualmente cerca de 500 homeopatas são formados anualmente em nosso país, que já conta com mais de 10 mil médicos exercendo essa atividade.

Alfredo Lopes Filho(Alfanor)
Publicado no Recanto das Letras em 05/10/2008
Código do texto: T1212096